O nosso sistema terá que continuar a integrar grandes quantidades de energia renovável volátil e flutuante e instalações de carregamento de Veículos Elétricos (VE), a maioria das quais está conectada à rede de distribuição. Simultâneamente, são também cada vez mais os participantes no mercado de energia. Tanto as empresas, quanto os indivíduos, estão a transformar-se de consumidores em prossumidores, mudando constantemente de função; às vezes precisam de energia, às vezes têm um pouco de sobra. Como resultado, o sistema está-se a tornar mais complexo e existe o risco de que a rede não tenha capacidade de armazenar toda a energia renovável produzida.
O projeto EUniversal pretende desenvolver um interface universal para ativação de flexibilidade, a pedido do Operador de Redes de Distribuição (E-REDES), através da interação com mercados de flexibilidade, capazes de monetizar, para o cliente, o benefício da disponibilização de recursos.
O projeto reúne 19 parceiros de 8 países, incluindo a E-REDES, e pretende permitir que os clientes da rede participem de mercados de flexibilidade e forneçam aos Operadores de Rede de Distribuição (ORD) flexibilidade para a gestão ativa do sistema. Uma situação onde tanto ganha a rede como os clientes.
As soluções desenvolvidas no âmbito do EUniversal serão demonstradas em três pilotos com redes de distribuição distintas e diferentes enquadramentos regulatórios. O demonstrador português visa testar a interface desenvolvida e aplicações avançadas de gestão da rede elétrica:
O projeto é alavancado no Universal Market Enabling Interface (UMEI) –um interface aberto e agnóstico.
Através da implementação desta interface, o EUniversal promoverá a transformação da rede elétrica, ultrapassando as suas limitações e preparando as mesmas para acomodar vários cenários futuros, nomeadamente incluindo o do aumento significativo do parque de veículos elétricos e de geração renovável distribuída.
A demonstração vai decorrer em vários locais de Portugal Continental onde a E-Redes opera, com a participação de Clientes de Baixa (BT) e Média Tensão (MT):
A Comissão Europeia tem vindo a promover o surgimento de novos agentes no setor elétrico, nomeadamente plataformas de mercado e agregadores.
O objetivo é que a gestão da flexibilidade dos clientes e respetiva remuneração seja efetuada em mercado concorrencial, otimizando o custo total e maximizando o benefício ao consumidor/produtor.
Esta é a abordagem específica que está na base do projeto EUniversal, que se foca no mercado e nos clientes e que aborda a mudança de paradigma na operação da rede de forma a superar efetivamente os desafios colocados pela transição energética de uma forma económica e inclusiva.
O projeto EUniversal irá demonstrar o funcionamento da gestão de flexibilidade em regime de mercado, potenciando que, a médio prazo, sejam apresentadas, pelo Regulador, soluções de remuneração que permitam aos clientes beneficiarem financeiramente com a disponibilidade para colaborar naquele regime.
O projeto não requer instalação de equipamentos. A validação da flexibilidade é feita através do diagrama de cargas (utilizando o contador atualmente instalado).
A ativação dos recursos flexíveis será efetuada no período de testes, previsto ser realizado no ano de 2022, a partir do segundo trimestre.
O detalhe dos testes a realizar será enviado aos clientes assim que esteja definido.
A decisão de participar em cada momento será sempre do cliente.
Processos de Rede (E-REDES)
O ORD compartilha dados de medição, previsão e rede para as ferramentas de rede inteligente (b-f) e implementa a arquitetura do sistema para o trabalho de desenvolvimento dentro do demonstrador.
Previsão de Congestionamento de BT (INESC TEC)
Ferramenta estatística baseada em fluxo de energia que usa técnicas estocásticas e de IA para calcular com antecedência o risco de congestionamento, por alimentador e transformador, bem como o espaço livre disponível.
Estimativa de Estado Orientada por Dados (INESC TEC)
Fornece um contexto instantâneo, em tempo real, da rede de baixa tensão, incluindo magnitudes de tensão e injeções de potência ativa.
Ferramenta de avaliação de necessidades de flexibilidade LV (INESC TEC)
Calcula as necessidades de flexibilidade temporal e de localização de uma rede de distribuição em uma configuração do dia seguinte, reduzindo os desequilíbrios da rede.
MV PF OPF (Engie Impact)
O objetivo da ferramenta de fluxo de potência multiperíodo MV (MV OPF) é encontrar o despacho dos ativos controláveis da rede, de acordo com uma função objetivo, respeitando algumas restrições.
Universal Market Enabling Interface (UMEI)
Oferece uma abordagem aberta, adaptável e modular para interligar o gerenciamento ativo do sistema com os mercados de eletricidade e promover a prestação de serviços de flexibilidade.
Plataforma de Mercado de Flexibilidade (NODES e N-SIDE)
Serve como um ambiente de comunicação e negociação para compradores e vendedores de flexibilidade, onde o preço é determinado pela oferta e procura.
Interação de Ativos (CENTRICA)
Para fornecer flexibilidade, o Provedor de Serviços de Flexibilidade precisa interagir com cada ativo flexível. Essa interação é feita com uma interface de comunicação local entre o dispositivo e um gateway de gestão de energia residencial.